Lei de Incentivo à Cultura
Helena Katz

Revista Cartaz – nº12 - 2003

“A existência de uma companhia como a Verve nos ajuda a acreditar que a dança pode, sim, dar certo no nosso País. Pois se trata de uma companhia com acabamento profissional, formada por um elenco excelente, e que se inscreve com grande singularidade no cenário da dança brasileira. Vive bem distante dos centros onde a informação circula e, desde seu início, surpreendeu pela qualidade das suas criações. Em primeiro lugar, por demonstrar preocupação com as questões da contemporaneidade, tanto nos seus temas como no modo de tratá-los. E depois, porque atua também como fomentadora das artes na sua cidade, e não somente (o que já seria suficiente e muito bem-vindo) como companhia de dança.

Por conta da qualidade da sua produção, esse papel de fomentadora transforma a Verve numa verdadeira instituição cultural – inaugurando um modelo de atuação que talvez possa inspirar outros grupos, em situação geográfica semelhante. Sabendo-se da falta de políticas públicas para a dança que se faz no Brasil, a Verve chega a parecer um milagre – certamente a ser creditado a seu diretor, Fernando Nunes, e a seus bailarinos e técnicos. Mas o ideal, evidentemente, é que empreendimentos como esse possam sobreviver sem depender do comprometimento da vida pessoal de seus membros.”